quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Redação: Preconceito Linguístico


Redação realizada na disciplina de Língua Portuguesa, Professora Maria Emília Lubian, da FETLSVC.
Autor: LUCAS MARX FÜHR, Turma 2111
Novo Hamburgo, agosto de 2013

Viagem ao incerto


Meu avô materno, Clarimundo Marx, nascido em 1928 no município de Montenegro-RS, casou-se aos 20 anos com minha avó, Ana Norma Marx. Já tinham uma filha, moravam de aluguel numa casa pequena e sem terra para cultivar próxima à do pai de Clarimundo.
O oeste de Santa Catarina estava numa época de ocupação com preços mais acessíveis, então Clarimundo em 1952 deixou sua esposa, filha, pais e irmãos, e foi comprar um terreno no oeste de SC. Naquela época foi uma legítima aventura, pois não havia estradas, pontes e nem meios de comunicação.
O deslocamento era feito a cavalo, conseguia pousos em casas desconhecidas para dormir e atravessa rios em canoas. Ficou fora de casa mais de um mês, sendo que sua mãe e esposa não acreditavam mais no seu retorno. Porém, ele havia feito negócio de compra de terra e veio buscar a esposa e a filha.
Novamente foi outra aventura, e foram acompanhados pelo pai de Clarimundo. Como a viagem era imprevísivel, foram somente com as roupas do corpo e também havia prazo para se apresentar ao dono das terras para não perder o valor da entrada, pois o negócio era feito verbalmente.
Assim, deixou seus acompanhantes de viagem cerca de 50km antes do destino e viajou dia e noite para chegar na data combinada. Depois, voltou para buscar seu pai, esposa e filha. Assim que chegaram, tiveram dificuldade pois só se falava do alemão na região, e pouco sabia-se do português. Sofreram algum preconceito linguistico e tiveram de aprender o alemão. Demoraram, mas aprenderam.
Começaram do nada no terreno novo, construíram uma casa no mato, abriram clareiras para começar a roça, etc. Naquela época, os vizinhos eram solidários, tanto que um vizinho lhe ofereceu uma porca e porquinhos, vaca e terneiros, e uma galinha e pintinhos. Foi essencial no começo, e depois conseguiram devolver ao vizinho com enorme gratidão.
Muitas vezes se alimentavam do que caçavam, pescavam ou plantavam. Essa terra pertence ao município de Iporã do Oeste-SC, onde Clarimundo criou seus dez filhos junto com Ana Norma e morou até o resto de sua vida. Atualmente, meu tio ocupa esta casa.

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